O período chuvoso traz grandes riscos à saúde da população brasileira, especialmente a de grandes cidades: são as temidas doenças transmitidas pela água, como a leptospirose.
De acordo com dados do Ministério da Saúde, em 2016 foram confirmados 2870 casos de leptospirose em todo o país. Dentre as vítimas, 234 não resistiram e faleceram em função das complicações.
Em 2017, os números sobre a doença não param de crescer. Só no mês de janeiro e na primeira semana de fevereiro, 38 casos foram confirmados. Por isso, é preciso ficar de olho, conhecer os sintomas da leptospirose e saber o que fazer e como proteger a sua família. Afinal, quando o assunto é saúde, todo cuidado é pouco, não é mesmo?
A seguir, vamos explicar direitinho o que é essa doença e como identificá-la. Continue lendo!
O que causa a leptospirose?
A leptospirose é considerada uma doença potencialmente grave e nada silenciosa. Enchentes e inundações que acontecem principalmente nos períodos de chuva aumentam as chances da sua transmissão e podem causar verdadeiros surtos.
Isso acontece porque a leptospirose é causada por pela Leptospira, uma bactéria transmitida principalmente pela urina de animais contaminados. Apesar de poder estar presente em outros bichos, como cães e até porcos, a doença é mais comum em ratos, sejam eles ratazanas, ratos de telhado ou camundongos.
A bactéria é eliminada na urina desses animais doentes e, ao entrar em contato com a umidade, é espalhada no ambiente. Quando a água contaminada entra em contato com feridas ou mucosas das pessoas, ocorre a contaminação.
O pior é que, mesmo em períodos não chuvosos, a bactéria consegue sobreviver em valas ou poças de água, e basta um pequeno deslize para que chegue ao organismo humano.
Quais são os sintomas da doença?
Agora que você já sabe o que causa essa doença, é importante descobrir quais são os sintomas e ficar atento a eles.
Febre alta
Temperatura corporal acima do normal é o primeiro sinal de que algo está errado com o nosso corpo. Quanto o assunto é leptospirose, a febre não é apenas um sinal, mas um verdadeiro alerta, pois ela surge de repente e muito alta.
Sendo assim, ao sentir febre elevada e sem motivo aparente, procure um médico imediatamente, pois você pode estar contaminado com a Leptospira.
Sintomas parecidos com gripe
Outro sintoma bastante comum da doença é o mal-estar, acompanhado de dores musculares e nas articulações, que ocorrem principalmente na panturrilha e no tórax.
Além disso, a leptospirose também pode causar outros sintomas parecidos com os de doenças como a dengue e a gripe, como tosse e cansaço.
Por isso, é importante evitar a automedicação, pois essa postura dá chance para a leptospirose evoluir sem um tratamento verdadeiramente eficaz, que combata as causas da doença.
Também é necessário saber que, geralmente, os sintomas surgem de 7 a 14 dias depois do contato com a água contaminada. Entretanto, não são todos os casos que dão sinais nas primeiras semanas: eles podem aparecer em até 30 dias, quando muita gente já se esqueceu do contato de risco com inundações e enxurradas.
Dor de cabeça, náuseas e diarreias
Quando contaminada com a doença, a pessoa também pode sentir fortes dores de cabeça, além de olhos vermelhos e até náuseas e diarreia. Desidratação e manchas vermelhas no corpo são outros sintomas que indicam leptospirose.
Em meio a tantos sintomas diferentes, que apontam para várias doenças, é importante a realização de exames sorológicos — aqueles em que se analisa o soro sanguíneo — para confirmar a doença.
Os sintomas normalmente diminuem depois de três ou quatro dias, mas nas formas graves da doença se tornam piores, podendo levar à morte.
O que pode acontecer se a doença se agravar?
Em aproximadamente 15% dos pacientes, a leptospirose evolui para casos mais graves. Quando isso ocorre, a vítima pode sofrer de hemorragias pulmonares, complicações renais e até entrar em coma.
A icterícia, doença que deixa a pele alaranjada, pode ser um aviso da síndrome de Weil, como é chamada manifestação da leptospirose grave. Ela pode causar a síndrome de hemorragia pulmonar, uma lesão que resulta no sangramento dos pulmões.
A gravidade é percebida quando observamos o índice de mortes: enquanto para os casos de leptospirose esse número é de 10%, na hemorragia pulmonar ele sobe para 50%.
A insuficiência renal aguda é outra complicação grave comum, que ocorre em 16% a 40% dos pacientes.
Como tratar a leptospirose?
Agora que você conhece os principais sintomas da doença, não fique de bobeira: procure um médico ao menor sinal de leptospirose. Quanto antes o paciente for submetido ao tratamento, maiores são as suas chances de se recuperar bem da doença, além de evitar que ela se agrave.
O tratamento da leptospirose é feito com uso de antibióticos, como a penicilina, além de outros medicamentos que aliviam os sintomas. Cuidados com a hidratação também são essenciais.
Nem sempre há a necessidade de internação hospitalar: pacientes que não apresentam icterícia, por exemplo, podem ser tratados em casa.
Cuidado com os remédios para dor e febre
Com os quadros de febre e dor repentina, muitas pessoas apelam para os analgésicos imediatamente após os primeiros sintomas. No entanto, em certos casos, eles podem complicar ainda mais o problema.
Nenhum medicamento que contenha ácido acetilsalicílico (AAS) deve ser utilizado em caso de suspeita de leptospirose, pois ele pode aumentar os riscos de sangramento. Alguns anti-inflamatórios, como Voltaren e Profenid, também não são indicados, já que podem causar hemorragia digestiva e alergias.
Como evitar a leptospirose?
Infelizmente, não há uma vacina contra a leptospirose para seres humanos. No entanto, algumas dicas simples podem ajudar a prevenir a doença.
- Evite o contato ou ingestão de água que pode estar contaminada;
- Embale bem o lixo;
- Lave bem os alimentos;
- Tampe a caixa d’água;
- Use botas e luvas de borracha, se possível em ambientes que podem ser reservatórios da Leptospira.
Agora você já conhece os principais sintomas da leptospirose, além das causas e formas de tratamento. Assim, pode se prevenir e evitar que a doença se manifeste ou evolua para um quadro grave. E não se esqueça: procure sempre atendimento médico.
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